Agenda laboral

No mês onde celebramos o dia Mundial da Justiça Social cumpre ponderar sobre a agenda laboral para 2023. No mês que profetiza um ano de guerra no Leste Europeu, de instabilidade económica, com desvario da inflação e aumento das taxas de juro, o futuro pressagia-se inseguro a vários níveis. 

O XXIII Governo fez novamente bandeira o combate à precariedade laboral. Já entre 2011 e 2013 tínhamos assistido a essa temática. Volvidos dez anos a necessidade mantém-se.

Não será fácil para o tecido empresarial português, que como sabemos não é composto por grandes empresas ou multinacionais, essas, que as há, são exceção, aguentar a instabilidade do mercado ao nível dos sectores, por exemplo, da energia, das matérias-primas, dos combustíveis, entre outros, enquanto tentam manter postos de trabalho.

Neste senário, a precariedade laboral, que se reflete, não só, mas também, nos fenómenos dos falsos recibos verdes, nos obstáculos à progressão na carreira, nos baixos salários, desagua no deteriorar das condições de vida provocadas pela especulação imobiliária e descontrolo da taxa de inflação. 

Se ainda “ontem” estávamos em rescaldo económico-financeiro, consequência das medidas de contenção do contágio por Covid-19 agora estamos em pânico económico-social, que poderá vir a refletir-se numa queda das operações de M&A, na necessidade de redução de trabalhadores, no fecho de pequenas estruturas empresariais, cuja atividade esteja mais dependente dos custos energéticos, o que poderá conduzir ao aumento de insolvências e processos de recuperação.

Como um dia disse Dolly Parton, essa diva da música country, We can’t just hope for a brighter day, we have to work for a brighter day.